06/02/2018 - O envelhecimento da população e a área dedicada à agricultura diminui, pode favorecer acordo
Os europeus sabem que os setores ligados ao abastecimento de alimentos serão cada vez mais sensíveis, para o seu bloco nos próximos anos. A agropecuária passa por intensas mudanças estruturais na Europa, e o horizonte pode não ser tão favorável. A população envelhece, e a área dedicada à agricultura diminui, reduzindo o número de propriedades agrícolas.
A força de trabalho recua com intensidade no campo e, após queda de 8% de 2012 a 2016, deverá acumular retração de 28% até 2030. O setor tem dificuldades em criar empregos atrativos para os jovens no campo. Recente avaliação do setor de desenvolvimento agrícola e rural da Comissão Europeia indica que, devido à redução de área, a UE aposta no aumento da produtividade.
Os europeus, no entanto, estão em um círculo vicioso. Esperam crescimento de 4% na produção de carne de frango, estabilidade na produção de suínos e recuo de 7% na produção de carne bovina. Será necessário importar mais milho e farelo de soja para elevar a produção de proteínas, o que torna o bloco dependente da importação dos insumos para produção de ração, ao mesmo tempo, que não significa que não será mais necessário importar cárneos para suprir às suas necessidades. A compra externa de carne de frango deverá subir 20% em 2030, em relação à quantidade atual, e a bovina, 22%.
As mudanças estruturais da agropecuária europeia poderão dar menor margem à atividade na região, o que a tornará mais dependente do Mercosul. Apesar da posição de resistência na negociação, os europeus, por certo, estão atentos a esses números.
Fonte: Folha de São Paulo adaptado pela IEG FNP